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A maioria dos brasileiros está otimista em relação à posição global do país antes da Cúpula do G20

Entretanto, uma grande parcela vê conflitos partidários, raciais e religiosos em sua sociedade

Entretanto, uma grande parcela vê conflitos partidários, raciais e religiosos em sua sociedade

Enquanto o Brasil se prepara, pela primeira vez, para receber líderes globais na cúpula do G20 deste ano, um novo relatório do Pew Research Center mostra que a maioria dos adultos brasileiros está otimista quanto ao status do país como uma potência internacional. Aproximadamente quatro em cada dez (38%) dizem que o Brasil acabará se tornando uma das nações mais poderosas do mundo, e 23% dizem que o Brasil já está entre as maiores potências. 

O otimismo dos brasileiros se estende aos assuntos domésticos: A parcela de brasileiros que confia no governo nacional para fazer o que é certo para o país praticamente dobrou, de 23% em 2017 para 47% atualmente. E a satisfação com a democracia aumentou de 28% para 44% no mesmo período. 

Entretanto, mesmo que muitos brasileiros pensem que seu país é ou pode vir a ser um dos mais poderosos do mundo, eles geralmente dizem que a influência internacional do Brasil não mudou nos últimos anos. 

Os brasileiros também dizem que sua nação está dividida entre grupos sociais e veem conflitos particularmente intensos entre apoiadores de diferentes partidos políticos (80% dizem que há conflitos intensos ou muito intensos) e divisões entre pessoas de diferentes raças e etnias (61%) e pessoas de diferentes religiões (57%).  

Com relação à confiança interpessoal e ao altruísmo, a maior parte dos brasileiros diz que não se pode confiar na maioria das pessoas (81%) e que, na maioria das vezes, as pessoas só cuidam de si mesmas (74%). 

Em seis países das Américas, incluindo os Estados Unidos, as pessoas relatam opiniões geralmente favoráveis sobre o Brasil. Uma mediana de 52% dos adultos têm uma opinião favorável sobre o Brasil, sendo que os argentinos e peruanos têm as opiniões mais positivas. (Leia mais sobre as opiniões a respeito do Brasil na América Latina e nos EUA em nossa análise complementar) 

Outras conclusões importantes do relatório:  

Opiniões de organizações e sistemas governamentais no Brasil  

  • Em geral, os brasileiros consideram que várias organizações sobre as quais perguntamos têm uma boa influência em seu país. Dois terços (67%) acreditam que grandes empresas de outros países têm uma influência positiva no Brasil. Cerca de seis em cada dez ou mais consideram que a polícia, os militares, os bancos, os líderes religiosos e a mídia têm um impacto positivo em seu país.  
  • Entretanto, os brasileiros estão mais ou menos divididos quanto à influência do sistema judiciário: 45% consideram que ele tem uma influência positiva, enquanto 47% dizem que ele tem uma influência negativa no Brasil. 
  • Desde a última vez que fizemos essas perguntas, mais brasileiros disseram que a polícia, o sistema judiciário e os bancos têm influência positiva, enquanto a parcela dos que veem uma influência positiva da mídia, das grandes empresas internacionais e dos líderes religiosos diminuiu.  
  • Também perguntamos aos brasileiros o que eles pensam sobre cinco tipos de sistemas de governo. Segundo eles, a democracia representativa (um sistema no qual os legisladores são eleitos pelos cidadãos) é o sistema de governo mais favorável (59%). Isso é mais do que a parcela que diz o mesmo sobre outros sistemas políticos sobre os quais perguntamos, mas é um nível relativamente baixo de apoio à democracia representativa em comparação com os níveis medidos em outras nações
  • Cerca de metade (47%) vê a democracia direta (um sistema no qual os cidadãos, em vez de representantes eleitos, votam diretamente nas principais questões nacionais) como uma boa maneira de governar.  
  • Uma parcela substancial no Brasil também diz que certos sistemas não democráticos seriam boas formas de governar. Além disso, cerca de quatro em cada dez consideram o regime militar uma boa forma de governar, enquanto cerca de três em cada dez acham que a tecnocracia (governo por especialistas) ou a autocracia (governo por um líder forte) são boas formas de governar. 

Opinião dos brasileiros sobre Lula e Bolsonaro  

  • As opiniões favoráveis a Lula são quase tão comuns quanto as desfavoráveis (48% favoráveis, 49% desfavoráveis), o que permanece praticamente inalterado em relação às avaliações do início de 2023. 
  • Cerca de quatro em cada dez consideram que o retorno de Lula à presidência não teve nenhum efeito sobre a democracia brasileira (42%). Cerca de um terço diz que o retorno de Lula tornou o Brasil mais democrático e cerca de um quinto diz que tornou o Brasil menos democrático. 
  • Os brasileiros veem Lula de forma um pouco mais favorável do que o líder da oposição, Jair Bolsonaro, que foi presidente de 2019 a 2023. Cerca de 40% têm uma visão favorável de Bolsonaro, enquanto 58% têm uma visão desfavorável. Os homens veem Bolsonaro de forma mais favorável do que as mulheres, assim como a faixa populacional com renda mais alta. 

Essas são algumas das principais conclusões de uma nova pesquisa do Pew Research Center, que envolveu 1.054 adultos brasileiros e foi realizada por meio de entrevistas presenciais de 26 de janeiro a 11 de março de 2024.  

Nossa pesquisa foi realizada antes de o Supremo Tribunal Federal do Brasil manter a proibição nacional da rede social X e antes de as autoridades brasileiras acusarem Bolsonaro de falsificar seus registros de vacinação contra a COVID-19 e de desviar as joias que recebeu de governos estrangeiros enquanto era presidente. 

Leia o relatório completo: https://www.pewresearch.org/global/2024/09/23/brazilians-mostly-optimistic-about-countrys-global-standing-ahead-of-g20-summit/ (em inglês) 

LEIA TAMBÉM:  

Metodologia: https://www.pewresearch.org/global/2024/09/23/methodology-brazil/

Resumo da pesquisa: https://www.pewresearch.org/wp-content/uploads/sites/20/2024/09/pg_2023.09.23_brazil_topline.pdf

Este comunicado à imprensa foi traduzido do original em inglês para o português. 

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